Mais de 80 deputados franceses, liderados pela presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Nacional, Sandrine Le Feur, pedem “a proibição da Shein no território francês” para “proteger os trabalhadores, a saúde pública e o planeta”. O apelo foi publicado neste domingo no jornal La Tribune Dimanche. Os parlamentares reagiram à instalação da marca asiática, no início de novembro, no BHV, tradicional loja de departamentos em Paris. Para eles, “não é a moda que está se democratizando, é a Shein que está tentando limpar sua imagem”. O texto é assinado por 83 deputados — muitos do grupo Juntos pela República — e também por nomes como Marie-Noëlle Battistel (Partido Socialista), Anne-Cécile Violland (Horizons), Josiane Corneloup (Republicanos) e Erwan Balanant (Movimento Democrata). Temu e Shein: entenda os efeitos da ‘invasão’ chinesa no mercado europeu Veja os vídeos que estão em alta no g1 Eles afirmam que “a face mais brutal da fast fashion” tenta “se oferecer uma respeitabilidade de fachada”, mas não consegue “esconder o lado obscuro quando destrói o planeta, nossos empregos e a saúde dos consumidores”. Por isso, defendem que “uma medida se impõe: a proibição da Shein no território francês”, acusando a empresa de concorrência desleal e de inundar o mercado com “produtos tóxicos”. Os deputados lembram que a Comissão de Desenvolvimento Sustentável convocou dirigentes da Shein para prestar esclarecimentos sobre as práticas da empresa — uma audiência que, dizem, a plataforma tentou evitar. Inicialmente marcada para 26 de novembro, a oitiva foi adiada para 2 de dezembro após a Shein alegar conflito de agenda por causa de uma audiência judicial no mesmo dia. Além da convocação parlamentar, a Shein está na mira do governo francês. A plataforma foi chamada a comparecer ao tribunal judicial de Paris na quarta-feira, em um processo que pode resultar na suspensão do site no país. A ação foi aberta após a descoberta da venda de bonecas sexuais com aparência infantil e de armas da categoria A. Shein proíbe venda de bonecas sexuais após indignação com aparência infantil dos produtos A empresa também já havia se recusado a participar de outra audiência no dia 18 de novembro, diante da missão de informação sobre o controle de produtos importados, alegando o mesmo compromisso judicial. Paralelamente, deputados de diferentes partidos apresentaram nesta semana uma proposta de resolução europeia pedindo regras mais rígidas para plataformas de e-commerce. O texto será analisado na quarta-feira (26). A Shein já recebeu, somente este ano, três multas na França que somam € 191 milhões, principalmente por falsas promoções e informações enganosas. Com informações das agências AFP e RFI. Primeira loja física permanente da Shein em uma loja de departamentos de Paris. REUTERS/Abdul Saboor/Foto de Arquivo
Deputados pedem interdição da Shein na França
Guia Modelo Escrito em 23/11/2025
Mais de 80 deputados franceses, liderados pela presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Nacional, Sandrine Le Feur, pedem “a proibição da Shein no território francês” para “proteger os trabalhadores, a saúde pública e o planeta”. O apelo foi publicado neste domingo no jornal La Tribune Dimanche. Os parlamentares reagiram à instalação da marca asiática, no início de novembro, no BHV, tradicional loja de departamentos em Paris. Para eles, “não é a moda que está se democratizando, é a Shein que está tentando limpar sua imagem”. O texto é assinado por 83 deputados — muitos do grupo Juntos pela República — e também por nomes como Marie-Noëlle Battistel (Partido Socialista), Anne-Cécile Violland (Horizons), Josiane Corneloup (Republicanos) e Erwan Balanant (Movimento Democrata). Temu e Shein: entenda os efeitos da ‘invasão’ chinesa no mercado europeu Veja os vídeos que estão em alta no g1 Eles afirmam que “a face mais brutal da fast fashion” tenta “se oferecer uma respeitabilidade de fachada”, mas não consegue “esconder o lado obscuro quando destrói o planeta, nossos empregos e a saúde dos consumidores”. Por isso, defendem que “uma medida se impõe: a proibição da Shein no território francês”, acusando a empresa de concorrência desleal e de inundar o mercado com “produtos tóxicos”. Os deputados lembram que a Comissão de Desenvolvimento Sustentável convocou dirigentes da Shein para prestar esclarecimentos sobre as práticas da empresa — uma audiência que, dizem, a plataforma tentou evitar. Inicialmente marcada para 26 de novembro, a oitiva foi adiada para 2 de dezembro após a Shein alegar conflito de agenda por causa de uma audiência judicial no mesmo dia. Além da convocação parlamentar, a Shein está na mira do governo francês. A plataforma foi chamada a comparecer ao tribunal judicial de Paris na quarta-feira, em um processo que pode resultar na suspensão do site no país. A ação foi aberta após a descoberta da venda de bonecas sexuais com aparência infantil e de armas da categoria A. Shein proíbe venda de bonecas sexuais após indignação com aparência infantil dos produtos A empresa também já havia se recusado a participar de outra audiência no dia 18 de novembro, diante da missão de informação sobre o controle de produtos importados, alegando o mesmo compromisso judicial. Paralelamente, deputados de diferentes partidos apresentaram nesta semana uma proposta de resolução europeia pedindo regras mais rígidas para plataformas de e-commerce. O texto será analisado na quarta-feira (26). A Shein já recebeu, somente este ano, três multas na França que somam € 191 milhões, principalmente por falsas promoções e informações enganosas. Com informações das agências AFP e RFI. Primeira loja física permanente da Shein em uma loja de departamentos de Paris. REUTERS/Abdul Saboor/Foto de Arquivo