Paulistanos praticam skate na Marquise do Parque Ibirapuera, na Zona Sul de SP, interditada para reforma desde 2019. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo O secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Rodrigo Kenji Ashiuchi (PL), apresentou ao Conselho Gestor do Parque Ibirapuera uma minuta de decreto que propõe restringir o uso de patins, skates, bicicletas, patinetes e até a realização de piqueniques na Marquise do parque. A minuta, à qual o g1 teve acesso, ainda não foi aprovada, mas deve ser analisada pelos conselheiros do parque na última reunião mensal do ano do Conselho Gestor, marcada para 10 de dezembro. Segundo o g1 apurou, a gestão Ricardo Nunes (MDB) pretende reinaugurar a Marquise em 25 de janeiro de 2026, dia do aniversário da cidade de São Paulo, e, a pedido da concessionária Urbia, quer que o espaço seja restrito apenas a feiras e ativações de marketing, além de práticas de assessorias esportivas. Com marquise do Ibirapuera fechada, patinadores desbravam novos espaços em SP Todas as atividades permitidas pela minuta proposta pelo secretário Ashiuchi poderão ser cobradas pela Urbia, concessionária responsável pela gestão do parque. A ideia da prefeitura, segundo os conselheiros do parque ouvidos pelo g1, é que a minuta seja aprovada na reunião do dia 10 de dezembro, para que já comece a valer na reinauguração da Marquise. Por causa de riscos estruturais, a área da Marquise estava fechada ao público desde 2019. A obra de revitalização já custa R$ 86,9 milhões — R$ 15 milhões acima do valor inicialmente previsto, de R$ 71,9 milhões. Minuta proposta pela secretaria do Verde de gestão Ricardo Nunes (MDB) para proibições na Marquise do Parque Ibirapuera. Reprodução Os conselheiros que representam os frequentadores do parque e as associações de bairro do entorno não gostaram das restrições que o secretário Rodrigo Kenji Ashiuchi – ex-prefeito de Suzano - pretende impor ao espaço. A conselheira Elaine Pimenta afirma que o conjunto arquitetônico do Ibirapuera é tombado pelo patrimônio histórico e que Oscar Niemeyer idealizou a Marquise como um espaço de convivência cultural e social que conecta os prédios culturais do parque. Segundo ela, ao longo das décadas, a Marquise se tornou um ponto de encontro para diferentes grupos da cidade. "Os skatistas com os rappers, os patinadores com os atletas profissionais e os leigos da modalidade, as famílias com seus filhos pequenos que estavam aprendendo a andar de bicicleta, de patins ou até como área de encontro de piqueniques”, diz. “Essa proposta é imoral, não só porque descaracteriza um patrimônio da cidade, mas também porque gasta milhões em dinheiro público para destinar a área apenas para a exploração comercial da Urbia. A área da marquise pertence à cidade, às pessoas. Mas a concessionária, com anuência do secretário municipal, quer transformar em mais uma área fechada com grade ou tapume dentro do parque, para lucro único da concessionária”, completou. Reforma da Marquise do Ibirapuera atrasa; Urbia pede mais prazo e R$ 15 milhões a mais para concluir obra O que diz a Prefeitura Por meio de nota, a pasta do secretário Ashiuchi disse que “a minuta é uma proposta inicial da equipe técnica da Pasta encaminhada ao secretário para análise e discussão com a comunidade, não se tratando de uma versão final”. “A SVMA reforça que o texto passará por um processo amplo de discussões públicas com participação do Conselho Gestor do Parque, de órgãos de patrimônio e da sociedade civil. O objetivo é construir, de forma conjunta e participativa, uma norma que assegure o uso democrático, seguro e sustentável da Marquise”. A secretaria do Verde e Meio Ambiente confirmou que “as obras no local estão em fase final e a reabertura ocorrerá em janeiro de 2026, conforme descrito no contrato." Segundo a gestão Ricardo Nunes, “o acesso da população à Marquise do Parque Ibirapuera seguirá garantido e o uso do espaço por patins, patinetes, skates e bicicletas está sendo avaliado e será objeto de regulamentação pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente”. O secretário de Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, Rodrigo Kenji Ashiuchi (PL), ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Reprodução/Instagram O g1 procurou a Urbia para comentar o assunto, mas não recebeu retorno. A reportagem teve acesso à ata da reunião do mês de outubro, quando o conselho foi informado da minuta do decreto. Nela, o representante da Urbia admitiu que levou a proposta de restrição ao secretário Ashiuchi e que a concessionária se comprometeu a criar um local para a prática de patins e skate dentro do parque. A Urbia não deu prazo para criar esse espaço. “A Concessionária Urbia apresentou proposta de regulamentação do uso da Marquise, incluindo a proibição do uso de patins, skates e outros veículos sob a cobertura, por questões de segurança e fluxo de pessoas. Informou também que foi submetida à SVMA uma proposta de criação de pista específica para patinação, localizada na Arena de Eventos (entre o Pacubra e o Museu Afro Brasil), feita em asfalto liso e desenvolvida em diálogo com grupos de patinadores”, diz a ata pública da reunião. Prefeitura de SP quer que concessionária assuma restauração da marquise do Ibirapuera Íntegra da Nota da Prefeitura de SP "A Prefeitura de São Paulo informa que o acesso da população à Marquise do Parque Ibirapuera seguirá garantido e o uso do espaço por patins, patinetes, skates e bicicletas está sendo avaliado e será objeto de regulamentação pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. A minuta é uma proposta inicial da equipe técnica da Pasta encaminhada ao secretário para análise e discussão com a comunidade, não se tratando de uma versão final. A SVMA reforça que o texto passará por um processo amplo de discussões públicas com participação do Conselho Gestor do Parque, de órgãos de patrimônio e da sociedade civil. O objetivo é construir, de forma conjunta e participativa, uma norma que assegure o uso democrático, seguro e sustentável da Marquise. As obras no local estão em fase final e a reabertura ocorrerá em janeiro de 2026, conforme descrito no contrato."
Prefeitura quer reinaugurar Marquise do Ibirapuera em 25 de janeiro com restrições a patins, skate, bicicletas e piqueniques
Guia Modelo Escrito em 26/11/2025
Paulistanos praticam skate na Marquise do Parque Ibirapuera, na Zona Sul de SP, interditada para reforma desde 2019. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo O secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Rodrigo Kenji Ashiuchi (PL), apresentou ao Conselho Gestor do Parque Ibirapuera uma minuta de decreto que propõe restringir o uso de patins, skates, bicicletas, patinetes e até a realização de piqueniques na Marquise do parque. A minuta, à qual o g1 teve acesso, ainda não foi aprovada, mas deve ser analisada pelos conselheiros do parque na última reunião mensal do ano do Conselho Gestor, marcada para 10 de dezembro. Segundo o g1 apurou, a gestão Ricardo Nunes (MDB) pretende reinaugurar a Marquise em 25 de janeiro de 2026, dia do aniversário da cidade de São Paulo, e, a pedido da concessionária Urbia, quer que o espaço seja restrito apenas a feiras e ativações de marketing, além de práticas de assessorias esportivas. Com marquise do Ibirapuera fechada, patinadores desbravam novos espaços em SP Todas as atividades permitidas pela minuta proposta pelo secretário Ashiuchi poderão ser cobradas pela Urbia, concessionária responsável pela gestão do parque. A ideia da prefeitura, segundo os conselheiros do parque ouvidos pelo g1, é que a minuta seja aprovada na reunião do dia 10 de dezembro, para que já comece a valer na reinauguração da Marquise. Por causa de riscos estruturais, a área da Marquise estava fechada ao público desde 2019. A obra de revitalização já custa R$ 86,9 milhões — R$ 15 milhões acima do valor inicialmente previsto, de R$ 71,9 milhões. Minuta proposta pela secretaria do Verde de gestão Ricardo Nunes (MDB) para proibições na Marquise do Parque Ibirapuera. Reprodução Os conselheiros que representam os frequentadores do parque e as associações de bairro do entorno não gostaram das restrições que o secretário Rodrigo Kenji Ashiuchi – ex-prefeito de Suzano - pretende impor ao espaço. A conselheira Elaine Pimenta afirma que o conjunto arquitetônico do Ibirapuera é tombado pelo patrimônio histórico e que Oscar Niemeyer idealizou a Marquise como um espaço de convivência cultural e social que conecta os prédios culturais do parque. Segundo ela, ao longo das décadas, a Marquise se tornou um ponto de encontro para diferentes grupos da cidade. "Os skatistas com os rappers, os patinadores com os atletas profissionais e os leigos da modalidade, as famílias com seus filhos pequenos que estavam aprendendo a andar de bicicleta, de patins ou até como área de encontro de piqueniques”, diz. “Essa proposta é imoral, não só porque descaracteriza um patrimônio da cidade, mas também porque gasta milhões em dinheiro público para destinar a área apenas para a exploração comercial da Urbia. A área da marquise pertence à cidade, às pessoas. Mas a concessionária, com anuência do secretário municipal, quer transformar em mais uma área fechada com grade ou tapume dentro do parque, para lucro único da concessionária”, completou. Reforma da Marquise do Ibirapuera atrasa; Urbia pede mais prazo e R$ 15 milhões a mais para concluir obra O que diz a Prefeitura Por meio de nota, a pasta do secretário Ashiuchi disse que “a minuta é uma proposta inicial da equipe técnica da Pasta encaminhada ao secretário para análise e discussão com a comunidade, não se tratando de uma versão final”. “A SVMA reforça que o texto passará por um processo amplo de discussões públicas com participação do Conselho Gestor do Parque, de órgãos de patrimônio e da sociedade civil. O objetivo é construir, de forma conjunta e participativa, uma norma que assegure o uso democrático, seguro e sustentável da Marquise”. A secretaria do Verde e Meio Ambiente confirmou que “as obras no local estão em fase final e a reabertura ocorrerá em janeiro de 2026, conforme descrito no contrato." Segundo a gestão Ricardo Nunes, “o acesso da população à Marquise do Parque Ibirapuera seguirá garantido e o uso do espaço por patins, patinetes, skates e bicicletas está sendo avaliado e será objeto de regulamentação pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente”. O secretário de Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, Rodrigo Kenji Ashiuchi (PL), ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Reprodução/Instagram O g1 procurou a Urbia para comentar o assunto, mas não recebeu retorno. A reportagem teve acesso à ata da reunião do mês de outubro, quando o conselho foi informado da minuta do decreto. Nela, o representante da Urbia admitiu que levou a proposta de restrição ao secretário Ashiuchi e que a concessionária se comprometeu a criar um local para a prática de patins e skate dentro do parque. A Urbia não deu prazo para criar esse espaço. “A Concessionária Urbia apresentou proposta de regulamentação do uso da Marquise, incluindo a proibição do uso de patins, skates e outros veículos sob a cobertura, por questões de segurança e fluxo de pessoas. Informou também que foi submetida à SVMA uma proposta de criação de pista específica para patinação, localizada na Arena de Eventos (entre o Pacubra e o Museu Afro Brasil), feita em asfalto liso e desenvolvida em diálogo com grupos de patinadores”, diz a ata pública da reunião. Prefeitura de SP quer que concessionária assuma restauração da marquise do Ibirapuera Íntegra da Nota da Prefeitura de SP "A Prefeitura de São Paulo informa que o acesso da população à Marquise do Parque Ibirapuera seguirá garantido e o uso do espaço por patins, patinetes, skates e bicicletas está sendo avaliado e será objeto de regulamentação pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. A minuta é uma proposta inicial da equipe técnica da Pasta encaminhada ao secretário para análise e discussão com a comunidade, não se tratando de uma versão final. A SVMA reforça que o texto passará por um processo amplo de discussões públicas com participação do Conselho Gestor do Parque, de órgãos de patrimônio e da sociedade civil. O objetivo é construir, de forma conjunta e participativa, uma norma que assegure o uso democrático, seguro e sustentável da Marquise. As obras no local estão em fase final e a reabertura ocorrerá em janeiro de 2026, conforme descrito no contrato."