Polícia prende suspeito de se passar por médico para exigir dinheiro de parentes de pacientes para tratamentos Polícia Civil/Divulgação Cinco pessoas foram presas em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, nesta terça-feira (2), durante a Operação Cura Ficta, cumprida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A ação investiga um grupo de falsos médicos suspeito de aplicar golpes em familiares de pacientes hospitalizados no RS. Os detidos em Mato Grosso, segundo a polícia, integravam a estrutura financeira do esquema. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Ao todo, 22 ordens judiciais foram cumpridas nos três estados envolvidos. Os golpistas são investigados pelo crime de estelionato. De acordo com os investigadores, os presos em Rondonópolis atuavam na etapa de recebimento e movimentação do dinheiro obtido com os golpes, funcionando como apoio operacional à quadrilha. Eles seriam responsáveis por repassar valores, administrar contas bancárias e auxiliar no fluxo financeiro que sustentava o esquema. A polícia afirma que os pagamentos exigidos das vítimas no Rio Grande do Sul eram direcionados para integrantes de uma facção criminosa em Mato Grosso. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, que deu apoio ao cumprimento dos mandados, outras duas prisões ocorreram fora do estado, sendo em Goiás e no Rio de Janeiro. Entre os mandados, estão nove de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão. As pessoas presas em Rondonópolis foram encaminhadas para a delegacia da cidade, onde estão à disposição da Justiça. Como funcionava o esquema Segundo a investigação, o grupo se passava por médicos e administradores de hospitais particulares para convencer familiares de pacientes a realizar pagamentos via PIX. Para aplicar os golpes, os criminosos ligavam para as vítimas usando nomes fictícios e até fotos retiradas da internet para dar credibilidade à abordagem. Eles informavam um suposto agravamento no quadro de saúde do paciente, como leucemia ou infecções bacterianas graves, e diziam que exames e medicamentos “urgentes” não eram cobertos pelo plano de saúde. Os delegados responsáveis pela operação apontaram que os golpistas tinham acesso a informações reais e em tempo real sobre o estado clínico das vítimas, o que tornava a história ainda mais convincente. Essa vantagem, segundo a polícia, permitia que eles descrevessem procedimentos, horários e detalhes do atendimento. A polícia informou que o líder do esquema é um detento de 35 anos, preso na Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa, em Rondonópolis. Apesar de preso, ele comandava as chamadas e a logística do golpe. Em investigações anteriores, cadernos com roteiros completos do golpe, dados bancários e listas de números telefônicos já haviam sido apreendidos dentro da cela dele. Ainda segundo a investigação, uma mulher de Rondonópolis, companheira de um dos envolvidos, atuava como braço direito do comando prisional. Ela era responsável por operar contas bancárias, movimentar o fluxo financeiro do esquema e monitorar repasses. Financiamento de crimes A investigação do Rio Grande do Sul apontou ainda que o dinheiro era repassado para uma quadrilha com base em Mato Grosso. Um dos suspeitos, segundo a polícia, mantinha mais de 120 chaves PIX para despistar que os valores eram oriundos de crimes. A polícia infiormou que uma estrutura montada para lavar dinheiro e esconder a identidade dos envolvidos foi descoberta durante as investigações. Além da base em Mato Grosso, o grupo tinha apoio em Guaratiba (RJ) e dois operadores eram responsáveis por disponibilizar e movimentar contas bancárias usadas para receber o dinheiro dos golpes. A polícia também identificou o uso de emuladores de Android em computadores, que permitiam ao grupo simular vários celulares ao mesmo tempo. Com isso, um único criminoso conseguia operar múltiplas contas de WhatsApp e aplicativos bancários sem ser facilmente identificado. Ainda segundo a investigação, parte do dinheiro arrecadado com os golpes era repassada para a facção criminosa atuante em Mato Grosso, financiando atividades ilegais do grupo. Entenda o caso ÁUDIO: Golpistas se passam por médicos para exigir PIX de pacientes no RS Pelo menos 30 moradores do Rio Grande do Sul já caíram no golpe, segundo a Polícia Civil. As vítimas registraram prejuízos que variam de R$ 3,8 mil a R$ 11,7 mil. Ao todo, foram expedidos nove mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás. Parte dos investigados, conforme a polícia, atuava de dentro de penitenciárias. Em um dos áudios obtidos pela investigação, um dos criminosos afirma que o pagamento seria necessário para seguir com um tratamento que, se atrasasse. A Polícia Civil indica que o grupo seguia um “roteiro do golpe”, com orientações detalhadas para convencer os familiares a realizar as transferências (ouça o áudio acima). Ainda não foi esclarecido como os suspeitos tinham acesso aos dados em tempo real dos pacientes, e a polícia apura de onde essas informações estavam sendo vazadas. Em nota, o Conselho Regional de Medicina (Cremers) afirmou que o trabalho policial é essencial porque o crime atingia famílias fragilizadas, incluindo pacientes de hospitais públicos e do SUS, “muitas vezes mais humildes”, o que tornava a situação ainda mais grave, segundo a entidade. Golpistas se passam por médicos para exigir dinheiro de parentes de pacientes para tratamentos no RS Divulgação
Cinco pessoas são presas em MT em operação que investiga golpes aplicados por falsos médicos no RS
Guia Modelo Escrito em 02/12/2025
Polícia prende suspeito de se passar por médico para exigir dinheiro de parentes de pacientes para tratamentos Polícia Civil/Divulgação Cinco pessoas foram presas em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, nesta terça-feira (2), durante a Operação Cura Ficta, cumprida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A ação investiga um grupo de falsos médicos suspeito de aplicar golpes em familiares de pacientes hospitalizados no RS. Os detidos em Mato Grosso, segundo a polícia, integravam a estrutura financeira do esquema. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Ao todo, 22 ordens judiciais foram cumpridas nos três estados envolvidos. Os golpistas são investigados pelo crime de estelionato. De acordo com os investigadores, os presos em Rondonópolis atuavam na etapa de recebimento e movimentação do dinheiro obtido com os golpes, funcionando como apoio operacional à quadrilha. Eles seriam responsáveis por repassar valores, administrar contas bancárias e auxiliar no fluxo financeiro que sustentava o esquema. A polícia afirma que os pagamentos exigidos das vítimas no Rio Grande do Sul eram direcionados para integrantes de uma facção criminosa em Mato Grosso. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, que deu apoio ao cumprimento dos mandados, outras duas prisões ocorreram fora do estado, sendo em Goiás e no Rio de Janeiro. Entre os mandados, estão nove de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão. As pessoas presas em Rondonópolis foram encaminhadas para a delegacia da cidade, onde estão à disposição da Justiça. Como funcionava o esquema Segundo a investigação, o grupo se passava por médicos e administradores de hospitais particulares para convencer familiares de pacientes a realizar pagamentos via PIX. Para aplicar os golpes, os criminosos ligavam para as vítimas usando nomes fictícios e até fotos retiradas da internet para dar credibilidade à abordagem. Eles informavam um suposto agravamento no quadro de saúde do paciente, como leucemia ou infecções bacterianas graves, e diziam que exames e medicamentos “urgentes” não eram cobertos pelo plano de saúde. Os delegados responsáveis pela operação apontaram que os golpistas tinham acesso a informações reais e em tempo real sobre o estado clínico das vítimas, o que tornava a história ainda mais convincente. Essa vantagem, segundo a polícia, permitia que eles descrevessem procedimentos, horários e detalhes do atendimento. A polícia informou que o líder do esquema é um detento de 35 anos, preso na Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa, em Rondonópolis. Apesar de preso, ele comandava as chamadas e a logística do golpe. Em investigações anteriores, cadernos com roteiros completos do golpe, dados bancários e listas de números telefônicos já haviam sido apreendidos dentro da cela dele. Ainda segundo a investigação, uma mulher de Rondonópolis, companheira de um dos envolvidos, atuava como braço direito do comando prisional. Ela era responsável por operar contas bancárias, movimentar o fluxo financeiro do esquema e monitorar repasses. Financiamento de crimes A investigação do Rio Grande do Sul apontou ainda que o dinheiro era repassado para uma quadrilha com base em Mato Grosso. Um dos suspeitos, segundo a polícia, mantinha mais de 120 chaves PIX para despistar que os valores eram oriundos de crimes. A polícia infiormou que uma estrutura montada para lavar dinheiro e esconder a identidade dos envolvidos foi descoberta durante as investigações. Além da base em Mato Grosso, o grupo tinha apoio em Guaratiba (RJ) e dois operadores eram responsáveis por disponibilizar e movimentar contas bancárias usadas para receber o dinheiro dos golpes. A polícia também identificou o uso de emuladores de Android em computadores, que permitiam ao grupo simular vários celulares ao mesmo tempo. Com isso, um único criminoso conseguia operar múltiplas contas de WhatsApp e aplicativos bancários sem ser facilmente identificado. Ainda segundo a investigação, parte do dinheiro arrecadado com os golpes era repassada para a facção criminosa atuante em Mato Grosso, financiando atividades ilegais do grupo. Entenda o caso ÁUDIO: Golpistas se passam por médicos para exigir PIX de pacientes no RS Pelo menos 30 moradores do Rio Grande do Sul já caíram no golpe, segundo a Polícia Civil. As vítimas registraram prejuízos que variam de R$ 3,8 mil a R$ 11,7 mil. Ao todo, foram expedidos nove mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás. Parte dos investigados, conforme a polícia, atuava de dentro de penitenciárias. Em um dos áudios obtidos pela investigação, um dos criminosos afirma que o pagamento seria necessário para seguir com um tratamento que, se atrasasse. A Polícia Civil indica que o grupo seguia um “roteiro do golpe”, com orientações detalhadas para convencer os familiares a realizar as transferências (ouça o áudio acima). Ainda não foi esclarecido como os suspeitos tinham acesso aos dados em tempo real dos pacientes, e a polícia apura de onde essas informações estavam sendo vazadas. Em nota, o Conselho Regional de Medicina (Cremers) afirmou que o trabalho policial é essencial porque o crime atingia famílias fragilizadas, incluindo pacientes de hospitais públicos e do SUS, “muitas vezes mais humildes”, o que tornava a situação ainda mais grave, segundo a entidade. Golpistas se passam por médicos para exigir dinheiro de parentes de pacientes para tratamentos no RS Divulgação

