SSP afasta policial após denúncia de tortura contra adolescente no MA Divulgação/ Redes Socia Na tarde deste domingo (7), a Polícia Civil prendeu preventivamente Francisco de Assis Cavalcante da Silva, policial militar suspeito de espancar e torturar um adolescente de 17 anos em Pedreiras, a 281 km de São Luís . Ele nega os crimes (veja na nota mais abaixo). 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Segundo a polícia, a prisão aconteceu na Delegacia de Pedreiras, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva, após o PM se apresentar para prestar depoimento. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O mandado foi expedido pela juíza Sheila Silva Cunha, da 2ª Vara de Lago da Pedra. No entendimento da magistrada, a prisão é necessária por causa das provas que apontam para o envolvimento do policial no crime, além de garantir a ordem pública. "Conforme bem apontado pela autoridade policial e pelo Ministério Público, os fatos foram praticados, revelam uma conduta de descontrole, abuso de força e uso desmedido da condição de policial militar para práticas de violência e intimidação. O prolongado espancamento do adolescente, as ameaças de morte, a amarração com cordas e a posterior tentativa de forjar narrativa criminosa demonstram padrão de comportamento incompatível com a ordem pública, indicando risco real de reiteração delitiva e de intimidação à vítima e a testemunhas", apontou a magistrada, na decisão. A juíza também determinou a apreensão de armas, instrumentos, ou outros objetos usados no crime ou que possam servir de provas durante as investigações. SSP afastou o policial Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) afirmou que afastou o policial Francisco das funções operacionais o policial militar e um procedimento foi instaurado no dia 5 de dezembro para apurar o caso. O órgão afirmou ainda que 'não admite condutas ilegais praticadas por agentes de segurança' e que o policial suspeito está sujeito às sanções previstas em lei. Contexto do caso A denúncia ganhou repercussão depois que o adolescente e a mãe relatarem que ele foi vítima de violência física e psicológica cometida pelo policial. O jovem, morador da região e estudante, afirmou que foi abordado e imobilizado pelo militar. Segundo ele, as agressões teriam sido motivadas por questões pessoais envolvendo seu relacionamento com a enteada do agente, quando o policial viu o jovem saindo da casa da enteada. Segundo o relato, as agressões ocorreram antes da chegada de uma equipe da Polícia Militar, chamada por vizinhos que ouviram o barulho. O adolescente contou que foi amarrado, impedido de se defender e atingido com golpes. Ele também afirmou que o policial usou um objeto semelhante a uma mangueira durante as agressões. Ainda segundo a denúncia, o policial teria pressionado o adolescente a assumir uma versão falsa dos fatos, dizendo que ele havia invadido a casa para furtar uma motocicleta. De acordo com o jovem, essa história seria usada para justificar as lesões e a abordagem violenta. O adolescente também contou que, ao ser levado para a delegacia do município, recebeu tratamento inadequado de outros policiais. Segundo ele, os agentes acreditaram apenas na versão apresentada pelo militar suspeito e o trataram de forma desrespeitosa. Segundo a mãe do adolescente, ao reencontrá-lo na delegacia, percebeu imediatamente os sinais de espancamento. A repercussão do caso levou o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Pedreiras a emitir uma nota de repúdio. O órgão classificou o caso como uma grave violação dos direitos humanos e afirmou que a violência sofrida pelo adolescente fere as garantias do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Creas informou ainda que vai oferecer apoio psicossocial ao jovem e à família e colaborar com as investigações. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Maranhão (PCMA). O que diz a defesa do PM Em nota, a defesa do policial militar Francisco de Assis afirmou que contesta a versão do adolescente e que se coloca à disposição das autoridades. "O policial militar Francisco de Assis Cavalcante da Silva contesta veementemente as versões apresentadas pela suposta vítima e por seus familiares, bem como repudia os áudios e as desinformações disseminadas por terceiros, que não condizem com a realidade dos fatos. O militar possui mais de 12 anos de serviços prestados à corporação, período no qual jamais recebeu qualquer denúncia de abuso por autoridade, sendo, inclusive, condecorado e premiado ao longo de sua trajetória profissional. O policial coloca-se integralmente à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento necessário", diz a nota. Veja a nota da SSP na íntegra A Secretaria de Estado da Segurança Pública informa que, imediatamente ao tomar conhecimento dos fatos, a Polícia Militar afastou das funções operacionais o policial militar citado na denúncia. Também foi instaurado procedimento de investigação, no âmbito administrativo, pelo 19º Batalhão de Pedreiras, ao qual o militar é vinculado, para rigorosa apuração interna dos fatos. A SSP informa que o Sistema de Segurança Pública do Maranhão não compactua com condutas ilegais de seus agentes e que as investigações vão apurar com rigor o caso, estando o policial envolvido sujeito às sanções previstas em lei. No âmbito criminal, a SSP destaca que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a prática de tortura, dano qualificado, falsa comunicação de crime e ameaça, e que a investigação será concluída no prazo legal.
Policial é preso por suspeita de torturar adolescente no MA; vítima namorava com enteada de PM
Guia Modelo Escrito em 07/12/2025
SSP afasta policial após denúncia de tortura contra adolescente no MA Divulgação/ Redes Socia Na tarde deste domingo (7), a Polícia Civil prendeu preventivamente Francisco de Assis Cavalcante da Silva, policial militar suspeito de espancar e torturar um adolescente de 17 anos em Pedreiras, a 281 km de São Luís . Ele nega os crimes (veja na nota mais abaixo). 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Segundo a polícia, a prisão aconteceu na Delegacia de Pedreiras, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva, após o PM se apresentar para prestar depoimento. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O mandado foi expedido pela juíza Sheila Silva Cunha, da 2ª Vara de Lago da Pedra. No entendimento da magistrada, a prisão é necessária por causa das provas que apontam para o envolvimento do policial no crime, além de garantir a ordem pública. "Conforme bem apontado pela autoridade policial e pelo Ministério Público, os fatos foram praticados, revelam uma conduta de descontrole, abuso de força e uso desmedido da condição de policial militar para práticas de violência e intimidação. O prolongado espancamento do adolescente, as ameaças de morte, a amarração com cordas e a posterior tentativa de forjar narrativa criminosa demonstram padrão de comportamento incompatível com a ordem pública, indicando risco real de reiteração delitiva e de intimidação à vítima e a testemunhas", apontou a magistrada, na decisão. A juíza também determinou a apreensão de armas, instrumentos, ou outros objetos usados no crime ou que possam servir de provas durante as investigações. SSP afastou o policial Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) afirmou que afastou o policial Francisco das funções operacionais o policial militar e um procedimento foi instaurado no dia 5 de dezembro para apurar o caso. O órgão afirmou ainda que 'não admite condutas ilegais praticadas por agentes de segurança' e que o policial suspeito está sujeito às sanções previstas em lei. Contexto do caso A denúncia ganhou repercussão depois que o adolescente e a mãe relatarem que ele foi vítima de violência física e psicológica cometida pelo policial. O jovem, morador da região e estudante, afirmou que foi abordado e imobilizado pelo militar. Segundo ele, as agressões teriam sido motivadas por questões pessoais envolvendo seu relacionamento com a enteada do agente, quando o policial viu o jovem saindo da casa da enteada. Segundo o relato, as agressões ocorreram antes da chegada de uma equipe da Polícia Militar, chamada por vizinhos que ouviram o barulho. O adolescente contou que foi amarrado, impedido de se defender e atingido com golpes. Ele também afirmou que o policial usou um objeto semelhante a uma mangueira durante as agressões. Ainda segundo a denúncia, o policial teria pressionado o adolescente a assumir uma versão falsa dos fatos, dizendo que ele havia invadido a casa para furtar uma motocicleta. De acordo com o jovem, essa história seria usada para justificar as lesões e a abordagem violenta. O adolescente também contou que, ao ser levado para a delegacia do município, recebeu tratamento inadequado de outros policiais. Segundo ele, os agentes acreditaram apenas na versão apresentada pelo militar suspeito e o trataram de forma desrespeitosa. Segundo a mãe do adolescente, ao reencontrá-lo na delegacia, percebeu imediatamente os sinais de espancamento. A repercussão do caso levou o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Pedreiras a emitir uma nota de repúdio. O órgão classificou o caso como uma grave violação dos direitos humanos e afirmou que a violência sofrida pelo adolescente fere as garantias do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Creas informou ainda que vai oferecer apoio psicossocial ao jovem e à família e colaborar com as investigações. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Maranhão (PCMA). O que diz a defesa do PM Em nota, a defesa do policial militar Francisco de Assis afirmou que contesta a versão do adolescente e que se coloca à disposição das autoridades. "O policial militar Francisco de Assis Cavalcante da Silva contesta veementemente as versões apresentadas pela suposta vítima e por seus familiares, bem como repudia os áudios e as desinformações disseminadas por terceiros, que não condizem com a realidade dos fatos. O militar possui mais de 12 anos de serviços prestados à corporação, período no qual jamais recebeu qualquer denúncia de abuso por autoridade, sendo, inclusive, condecorado e premiado ao longo de sua trajetória profissional. O policial coloca-se integralmente à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento necessário", diz a nota. Veja a nota da SSP na íntegra A Secretaria de Estado da Segurança Pública informa que, imediatamente ao tomar conhecimento dos fatos, a Polícia Militar afastou das funções operacionais o policial militar citado na denúncia. Também foi instaurado procedimento de investigação, no âmbito administrativo, pelo 19º Batalhão de Pedreiras, ao qual o militar é vinculado, para rigorosa apuração interna dos fatos. A SSP informa que o Sistema de Segurança Pública do Maranhão não compactua com condutas ilegais de seus agentes e que as investigações vão apurar com rigor o caso, estando o policial envolvido sujeito às sanções previstas em lei. No âmbito criminal, a SSP destaca que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a prática de tortura, dano qualificado, falsa comunicação de crime e ameaça, e que a investigação será concluída no prazo legal.

