Força-tarefa mira suspeitos ligados a empresa de combustíveis apontada como maior devedora de impostos de São Paulo

Guia Modelo Escrito em 27/11/2025

Força-tarefa mira suspeitos ligados a empresa de combustíveis apontada como maior devedora Uma força-tarefa liderada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (Cira-SP) deflagou na manhã desta quinta-feira (27) uma megaoperação para cumprir mandados de busca e apreensão contra 190 alvos ligados ao Grupo Refit — dono da antiga refinaria de Maguinhos, no Rio de Janeiro, e dezenas de empresas do setor de combustíveis. A operação, batizada de Poço de Lobato, mobiliza 621 agentes públicos, entre promotores de Justiça, auditores fiscais da Receita Federal, das secretarias da Fazenda do Município e do Estado de São Paulo, além de policiais civis e militares. Os mandados são cumpridos em cinco estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão — e no Distrito Federal. O Grupo Refit, comandado pelo empresário Ricardo Magro, é o maior devedor de ICMS do Estado de São Paulo, o segundo maior do Rio de Janeiro e um dos maiores da União. Segundo os investigadores, o objetivo da operação é desarticular o esquema que causou em prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal. As pessoas e empresas citadas na investigação são suspeitas de integrarem uma organização criminosa e de praticarem crimes contra a ordem econômica e tributária e lavagem de dinheiro. Carbono oculto Assim como na Operação Carbono Oculto, que mostrou a infiltração do PCC na cadeia de produção e distribuição de combustíveis, os investigadores detectaram mais uma vez o uso de fintechs e fundos de investimento no esquema. Segundo os investigadores, afirmam que as fraudes ocorriam por meio de uma rede de colaboradores, holdings, offshores, meios de pagamento e fundos de investimento. O Cira-SP, que encabeça a força-tarefa, conseguiu bloquear na Justiça R$ 8,9 bilhões de pessoas envolvidas no esquema. Em paralelo, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional conseguiu na Justiça Federal a indisponibilidade de R$ 1,2 bilhão da organização criminosa. Em setembro, a Receita Federal e Agência Nacional do Petróleo interditaram a Refit e apreenderam navios carregados de combustível importado irregularmente da Rússia.